domingo, 26 de julho de 2015



Maria - Essa negociação podia ser fatal sem estarmos mortos. Tudo que seja natural, como a morte, tem as suas consequências que não é reversível. Imagina podermos viver n de anos, as muitas coisas que se passam, é sempre difícil não haver um percalço.

José - Que conversa parva de te elogiar.

Maria - (Risos) Se era esse facto, tu também és um bom partido.

José - A ideia que nós temos sobre nós nunca é ouvida ou compreendida quando não existe um outro "eu". Recorremos sempre em algo que nos identifique, há sempre um vazio do original. Ainda bem que gostamos um do outro.

Maria - Era bem melhor uma poção de paz, de união, com os outros povos. O problema da morte comparada aos campos de concentração, ou algo mais bárbaro, não é nada. É claro que sentimos sempre a falta de uma pessoa próxima.

José - Tens razão. Às vezes pensamos muito em nós, ter tudo e não ter nada.

Maria - A morte come-nos por dentro extraindo uma raiva, uma perda... É melhor esquecer este assunto é muito delicado para mim.

José - Desculpa.

Maria - A culpa não é tua eu é que toquei neste assunto.

José - Já te sentes melhor?

Maria - Já. Já me sinto melhor.

José - O que é que vais fazer para o jantar?

Maria - Que horas são?

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