quarta-feira, 22 de março de 2017



JANELA SOLITÁRIA NO BECO


    Neste momento tenho dificuldades em preencher
o espaço a preto e branco com minhas palavras,
surdas, ocas, mudas, para o mundo ocupador
do mesmo ar maciço, respirado por outras narinas.


    Estou preso ao vazio beco com um buraco ou janela; para
o defronte lado posterior da minha imagem branca, transparente,
de um outro floral de arco-íris; desconhecido e de rara
aparência psicológica abstracta no meu primeiro olhar retinente.


    Será o lugar do Mecenas, que procuro? De fora para dentro
ou vice-versa; julgo, oportuno de eu ser eu, concreto.


    Pelo menos é outro buraco para depositar a esperança
sobre a imaginação, sem fuga possível
para o lado mais fácil de sonhar acordado; nesta. nessa
e após; outra noite adormecida neste beco que parece um túnel
sem telhado ocultado a olhos reais. Não! Não é solidão
que eu tenho na imaginação imaginativa de estar
no túnel inacabado até morrer por fome de escravidão
monumental, só quero estar comigo para comigo estar.


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