quinta-feira, 21 de janeiro de 2016


TEMPO


Os dias de ontem são os de hoje
mudando o passado de muitos dias de ontem
escuto e sobressaio para o futuro de ontem
que faz parecer os dias todos que é hoje
tornando-se por recriação própria passado.
Para onde vai o Sol e a Lua no seu final
fugindo ao seu misterioso olhar parcial
talvez as nuvens também nascem por perto
e longe da genética sendo um ser vivo
mortal das tempestades tropicais dos vivos.
Continuo a contar os anos e em que ano somos vivos
e todo o tempo morre e deixa continuar vivo.
Por volta deste dia num ano diferente
as ondas do mar eram paralíticas`
à desconhecida força das forças
de um morto orgânico perfazendo cinco continentes.
Que horas são no planeta Universal
na vela de um barco no meio do mar
pisando a areia que aponto para o ar
e calculo o tempo que chegamos ao Sol.
O Mundo continua vivo com a nossa morte
para dizer ao tempo que apodreça
mudo e mórbido com a ameaça
de um ponteiro da tempestade.
Um dia troco o testemunho para outro
século no espelho reflectido que faz fogo
sobre a última imagem do antigo
à espera de um espaço no ouro rubro.


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